Prezados Pais e Alunos

Prezados Pais e Alunos

Damos boas-vindas a todos e desejamos um 2019 repleto de luz e grandes conquistas.

Infelizmente continuamos a nos deparar com planejamentos e ações contínuas de “trotes” contra os alunos das primeiras séries e módulos em nossa escola e em outras ETECs. A justificativa usada pelos veteranos é a de que “Os bixos chegaram! ”

O trote estudantil é basicamente uma espécie de ritual de iniciação dos calouros, ou seja, dos estudantes que, por terem sido aprovados no “vestibular”, ingressaram no ensino superior. O trote acontece nos primeiros dias de aula, e tem como responsáveis os veteranos, alunos que já estão cursando o ensino superior.

O termo trote se refere a uma certa forma de se movimentar dos cavalos, uma andadura que se situa entre o passo (mais lento) e o galope (mais rápido). Todavia, deve ser lembrado que o trote não é uma andadura normal e habitual do cavalo, mas algo que deve ser ensinado a ele (muitas vezes à base de chicotadas e esporadas). Da mesma forma, o calouro é encarado pelo veterano como algo (mais que um animal, mas menos que um ser humano) que deve ser “domesticado” pelo emprego de práticas humilhantes e vexatórias; em suma, o calouro deve “aprender a trotar“.

Segundo historiadores, o trote surgiu na Europa, na Idade Média. Foi trazido para o Brasil pelos estudantes da elite brasileira que cursavam o ensino superior em Portugal.

Esse “tradicional” ritual de iniciação é marcado por atividades nas quais os veteranos submetem os calouros a situações humilhantes, degradantes, e por vezes violentas, diferentes de um ritual de acolhida e integração pensado e sempre buscado pelos alunos e profissionais da ETEC Prof. Camargo Aranha.

Trata-se de abuso quando o trote se torna um processo psicossocial de integração sadomasoquista caracterizado frequentemente por assédio ritualístico, abuso ou humilhação com a exigência da realização de tarefas sem sentido.

Sujar os calouros com tinta, farinha, lama, água de esgoto, ovos e cortes de cabelo são práticas abomináveis, contrárias às atividades educacionais, e passíveis de penalidade em qualquer local que sejam praticadas.

Nesse sentido, visando ao fim de tal prática, já há alguns anos, desenvolvemos projetos sociais, o “Trote Solidário”. Recolhemos alimentos não perecíveis, produtos de higiene, fraldas, brinquedos e roupas usadas para beneficiar pessoas e instituições que necessitam de auxílio. Planejamos e promovemos gincanas de integração, para maior confraternização e companheirismo entre as turmas.

Assim, solicitamos aos senhores pais e alunos que colaborem com a nossa escola, coibindo essa prática vexatória e descabida. De nossa parte, buscaremos cumprir e fazer ser cumprido as normas regimentais e de convivência de nossa escola, buscando sempre o melhor convívio entre todos.

A Direção.

07/02/2019

 

 

 

 

 

 

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