Prezados Alunos e Pais

Prezados Alunos e Pais

Estamos ao término de mais um ano e, a poucos dias, do término das aulas. Infelizmente continuamos a nos deparar com planejamentos e ações de “trotes” contra os alunos das primeiras séries e módulos em nossa escola. A justificativa usada pelos veteranos: “É a libertação dos bixos! ”

O trote estudantil é uma espécie de ritual de iniciação dos calouros, ou seja, dos estudantes que, por terem sido aprovados no “vestibular”, ingressaram no ensino superior. O trote acontece nos primeiros dias de aula, sendo que os responsáveis pelo trote são os veteranos, alunos que já estão cursando o ensino superior.

O termo trote se refere a uma certa forma de se movimentar dos cavalos, uma andadura que se situa entre o passo (mais lento) e o galope (mais rápido). Todavia, deve ser lembrado que o trote não é uma andadura normal e habitual do cavalo, mas algo que deve ser ensinado a ele (muitas vezes à base de chicotadas e esporadas). Da mesma forma, o calouro é encarado pelo veterano como algo (mais que um animal, mas menos que um ser humano) que deve ser domesticado pelo emprego de práticas humilhantes e vexatórias; em suma, o calouro deve “aprender a trotar“.

Segundo historiadores, o trote surgiu na Europa, na Idade Média. Foi trazido para o Brasil pelos estudantes da elite brasileira que cursavam o ensino superior em Portugal. Esse “tradicional” ritual de iniciação é marcado por atividades nas quais os veteranos submetem os calouros a situações humilhantes, degradantes, e por vezes violentas, diferentes de um ritual de acolhida e integração pensado e sempre buscado pelos profissionais da ETEC Prof. Camargo Aranha.

É considerado abuso quando o trote se torna um processo psicossocial de integração sadomasoquista caracterizado frequentemente por assédio ritualístico, abuso ou humilhação com a exigência da realização de tarefas sem sentido.

Sujar os calouros com tinta, farinha, lama, água de esgoto, ovos e cortes de cabelo são práticas abomináveis, contrárias as atividades educacionais e passíveis de penalidade em qualquer local que sejam praticadas.

Nesse sentido, visando o fim de tal prática, já há alguns anos, desenvolvemos projetos sociais, com diversos nomes, mas com o mesmo fim do “Trote Solidário”. Recolhemos alimentos não perecíveis, produtos de higiene, fraldas, brinquedos e roupas usadas para beneficiar pessoas e instituições que necessitam de auxílio.

Assim, solicitamos aos senhores pais e alunos que colaborem com a nossa escola, orientando e coibindo essa prática vexatória e descabida. De nossa parte, buscaremos cumprir e fazer ser cumprido as normas regimentais e de convivência de nossa escola, buscando sempre o melhor convívio entre todos.

À Direção.

Comentários: 1

  1. Cris disse:

    Uma vez que a escola sabe, antecipadamente, que o trote ocorrerá, por que não coibe?
    Quem se prejudica são os alunos que são dispensados e ficam sem aula.
    Por que não solicitar uma viatura da Ronda Escolar?
    Por que não punir, exemplarmente, os alunos que praticam o trote?
    Sem punição, o trote continuará.
    Não é difícil identificar esses alunos.
    Quantas vezes essa “libertação” aconteceu neste ano?
    Os alunos do 3º decidem que farão essa “libertação” e fazem.
    A escola precisa mostrar autoridade.
    sou cagão

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